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Que muro é esse?

Que muro é esse?

Professora Nívea Almeida - 2023


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Numa destas noites quentes de quarta-feira, o meu marido e eu decidimos tomar um gin inspirado em Rock n’ Roll num bar da nossa cidade. Uma ideia já fervilhava na minha cabeça, e à medida que o meu corpo absorvia aquele líquido relaxante, o dia cansativo ficava para trás e novas sinapses começaram a ocorrer na minha mente.

Naquele ritual cotidiano de compartilhar como foi o dia, relatei desanimada que a minha filha tinha declarado em voz alta que “não gostava de estudar”. Para mim, uma “CDF de carteirinha”, aquelas palavras doeram como um golpe na cabeça. Engoli em seco, o assunto com a minha filha foi relegado ao torvelinho da rotina e ressurgiu naquela conversa de adultos.

Sendo eu uma mulher de um drink só, a metade da taça já me afetou como se fosse a pílula falante do Dr. Caramujo e tagarelei como a Emília. Desabafei sobre o fato de que, embora a minha filha tivesse estudado em excelentes escola, com excelentes professores e uma base pedagógica inquestionavelmente sólida em cada uma delas, ela estava assistindo às mesmas aulas que eu assisti quando era da idade dela, com os mesmos métodos de ensino, os mesmos esquemas, resumos e decorebas, os mesmos tipos de avaliação, a mesma pressão para marcar o “x” na resposta correta, tudo muito parecido com o que ocorria há 35, 40 anos atrás.

E toda essa realidade com um grande agravante: quando eu era criança, a minha vida sem internet, smartphone, streaming, tecnologias e acesso à informação naturalmente diminuía a discrepância entre a vida e a sala de aula. E agora, com esta geração de pessoas tendo acesso ilimitado a todos esses recursos, quão diferente é o que se passa dentro das quatro paredes da escola ou universidade e o mundo lá fora? É fácil não gostar de estudar e ansiar por pular aquele muro.

“E que muro é esse?” – Essa pergunta ecoava em minha mente enquanto a conversa fluía e a noite avançava. Era uma interrogação que capturava a essência do dilema que estávamos discutindo: a divisão entre o sistema educacional tradicional e o vasto mundo em constante transformação fora das paredes da escola.

O “muro” simbolizava a desconexão profunda entre os métodos de ensino convencionais, que pareciam estagnados no tempo, e as oportunidades em constante evolução. E essa barreira torna o ato de aprender tedioso e desinteressante. Por que alguém se dedicaria aos estudos quando o que é ensinado parece distante e irrelevante para a realidade em que vivemos? Era um chamado para a reflexão sobre como poderíamos pular esse “muro” e criar um ambiente educacional que fosse verdadeiramente relevante, alinhado com as necessidades e interesses das novas gerações.

Enquanto isso, a banda no bar dedicava-se a tocar “Another Brick in the Wall”, do Pink Floyd, com aquele famoso refrão: “Hey! Teacher! Leave us kids alone!”. A ironia da situação não passou despercebida. Parecia que a música, com sua mensagem de rebelião contra um sistema educacional opressivo, ecoava as minhas próprias preocupações sobre a educação. Era um lembrete contundente de que já era hora de repensar e pular (demolir?) os muros que limitavam o potencial dos estudantes, permitindo-lhes tornarem-se os construtores do seu próprio destino educacional.

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Reflexão 💭

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.” [Theodore Roosevelt]

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